Próxima missão: a vida!

Cheguei em casa outro dia e soube que um pequeno filhote de andorinha havia caído de um ninho muito alto. Dois outros filhotinhos haviam morrido. E eu decidi que iria salvar essa criaturinha de Deus. Quando o coloquei em minhas mãos, o pequenino se assustou. Mas segundos depois, aconchegou-se quietinho, protegido. Já éramos íntimos. Já tínhamos um pacto de protetor e protegido. Peguei o soro fisiológico e ele deu sinal de vida. Todo assanhadinho abriu o bico, levantou o pescocinho, bebeu o quanto quis e depois voltou a se aconchegar. Fiz uma caminha dentro do meu chapéu de palha. Queria que houvesse um pouco de semelhança com a caminha que havia perdido, que ele se sentisse em casa (e ele se sentiu tão à vontade que fez até um cocozinho). Minha irmã buscou na internet e as estatísticas eram de desanimar. Poucas chances. Mas eu não acredito em estatísticas. Acredito na vida. Meu tio ligou pra um casal de amigos, veterinários com experiência em pássaros. Entregamos o pequeno ao casal que o alimentou com alguns saborosos insetos (Eca!). E o meu amiguinho viveu! O batizei de Pica-Pau (apesar de ser uma andorinha). Isso porque ele decidiu dar umas bicadinhas no meu chapéu de palha. Agora estou aguardando sua visita, em breve, no meu jardim. Seja bem-vindo, Pica-Pau!!!